“Canções da Vida Breve”

Canções da Vida Breve é o título de um livro de poesia, publicado pela editora Critério, Braga, em 1958, da autoria de Manuel Simões, ilustríssimo ansianense.

Manuel Simões nasceu a 10 de Novembro de 1924 no lugar de Albarrol, freguesia de Pousaflores, concelho de Ansião e faleceu em 9 de Fevereiro de 1995.1

Todos já sabemos que o Padre Manuel Simões era uma personalidade multifacetada, pois, além de sacerdote jesuíta, era um grande estudioso da obra de Camilo Castelo Branco, tendo sido director da sua Casa-Museu, em São Miguel de Seide, Famalicão, durante vários anos e um dos seus maiores obreiros. Pelo seu desempenho, pela sua dimensão intelectual e pelos seus méritos culturais, a Câmara Municipal de Famalicão homenageou-o, postumamente, com o Prémio da Casa de Camilo, em 1996 e também com a atribuição do seu nome a uma das avenidas desta cidade do distrito de Braga. Foi compositor (música litúrgica), regente de coros, ensaísta, pedagogo e poeta. É precisamente sobre esta última faceta do autor que trata este livro, Canções da Vida Breve.

O Padre Manuel Simões tem vários livros publicados de poesia, ao que julgo saber, são cinco. Começamos por Canções da Vida Breve que é composto por por sessenta poemas: “Pobres versos; Veio a névoa docemente; A tarde que passa; Ergui, ó Deus, no horizonte; Boca fechada, suspensa; O luar doente; Na superfície lisa reflectidos; Junto da vida parei; Por sobre a neve dos montes; Quis guardar minha tristeza; Senhor, na guerra; Juntinho do teu sepulcro; Debrucei-me no meu poço; As portas altas do palácio estão fechadas; De mim a ti; Na frescura desta sombra; o segredo da noite enternecido; Para mim esta noite clara; Eu sinto na minha carne; A vida não é assim; Não sei o que significa; Do coração da noite; Na tarde breve; Todo frágil e doente; Não foste tu que escreveste; Que saudade; A chuva cai nitidamente na rua deserta; Sento-me junto à corrente; Quem pôs ao fundo; Nas margens daquele rio; Vago terror insepulto; Ao alto da nossa vida; Adeus; Ritmo do mundo; Há no fundo da minha alma; Sentado na sombra morna olho os trigais; No mar da névoa; quisera ver-me perfeito; É verdade, Senhor; Põe-me, Senhor; A hora é toda de esculcas e atalaias; Quebrei âncoras e mastro; A tarde; A tua lembrança é uma paisagem; Construí o meu sonho sem janelas para a vida; Sê perfeito mas deixa em ti; Na alcáçova fiquei do castelo em ruínas; Na face morta do lago; O rio passa claro e fundo; Nesta doçura do sol que arrefece; Com flores nos cabelos; Canta! Triste ou alegre; Não sei quem será; Quem pudesse libertar os pulsos; É alta noite, à flor da água; Ao fundo da noite a minha voz é gasta; Como o velho Horácio; Moro hoje nas margens do grande lago; No último promontório ergo os braços; Santo anjo do Senhor.

Deixo-vos com o primeiro poema deste livro que é uma espécie de apresentação desta obra poética, intitulado – Pobres versos:

Pobres versos!
Quem vos ler
Sem ter sofrido,
Há-de sorrir e dizer
Que é tudo mais que sabido
.

Pobres versos!
Quem vos ler
Com sofrimento na alma,
Ficará ainda mais triste,
Se entender
.

Pobres versos
Desfolhados
Neste Outono, que sem frutos
Me acontece,
Pelo jardim da vida
Que passa
E se esquece
…”

Resta-nos dizer que Canções da Vida Breve é mais um dos livros da extensa obra do Padre Manuel Simões, o primeiro da sua obra poética. É um notável trabalho da arte poética do autor, um dos grandes vultos da cultura portuguesa, que a Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais, Braga, decidiu homenagear ao instituir um prémio anual, com o seu nome, para o melhor aluno do 1º ano e do final do curso de Ciências da Comunicação. Aqui fica a divulgação de mais uma das obras deste grande nome da cultura portuguesa, oriundo do Norte do Distrito de Leiria.

1. Restante biografia em Temas de Arte e Cultura.

Descrição:
Título: Canções da Vida Breve
Autor: Manuel Simões, S.J.
Ano: 1958
Edição: 1ª
Editora: Edições Critério – Braga
Páginas: 90
Dimensões: 20 x 13 cm

Canções da Vida Breve, 1958 – Manuel Simões

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